Grupo SAS chega na Amazônia com telecolposcopia e pretende ampliar acesso à saúde para mulheres ribeirinhas
Movimento iniciado pelo Lab SAS Brasil & Unicamp levou para comunidade no noroeste amazônico exame ginecológico que permitirá conectar paciente e profissional de saúde a milhares de quilômetros
O câncer de colo do útero é o 3º tipo de câncer mais comum em mulheres. Uma previsão do Instituto Nacional do Câncer, estima que para cada ano do triênio 2023-2025, serão registrados mais de 17 mil casos novos de câncer de colo do útero. Caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado de células, o câncer cervical normalmente é causado por uma infecção persistente pelo Papavírus Humano (HPV) e pode ser prevenido e tratado com eficácia quando identificado precocemente.
É nesse cenário que a SAS Brasil desenvolveu um projeto com foco na saúde da mulher para a prevenção e tratamento do câncer de colo do útero. Como uma das soluções de acesso, o projeto tem utilizado a telecolposcopia para potencializar o exame Preventivo realizado pelas mulheres, evitando até oito etapas (entre consulta, retorno, encaminhamento para especialista, colposcopia, biópsia e início do tratamento).
Na telecolposcopia, a paciente conta com presença física de uma enfermeira e o acompanhamento remoto de um médico especialista. Além disso, os profissionais de saúde contam com o apoio de um algoritmo gerado a partir de um banco de imagens que faz parte de um projeto de inteligência artificial. Essa ferramenta sinaliza, entre as imagens recebidas, aquelas que têm maior risco de serem um câncer, auxiliando principalmente na exclusão dos casos que não são câncer de colo do útero e na antecipação do diagnóstico daquelas com padrão alterado.
Na região norte do país, a cada 100 mil mulheres, aproximadamente 20 são diagnosticadas com o câncer de colo do útero, sendo o segundo mais incidente na região. A elevada taxa de incidência e mortalidade são resultado da grande extensão territorial, de áreas remotas, de difícil acesso. Esse contexto dificulta a presença de equipes médicas, registrando 1,19 profissionais por 100 mil habitantes, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM).
A ideia é que esse cenário possa ser impactado pela chegada da telecolposcopia. Em um projeto piloto do Living Lab SAS Brasil & Unicamp, o equipamento necessário para a realização foi enviado para a comunidade de Assunção do Içana, no Alto do Rio Negro, onde uma equipe de saúde foi treinada para a realização do exame. Depois da capacitação, a expectativa é que as mulheres que tiverem alguma lesão suspeita, possam coletar a biópsia, encaminhar para análise e, caso seja câncer, já possa iniciar o tratamento com muito mais rapidez e em um estágio menos avançado, onde pode ser resolvido com procedimentos simples como a cauterização da área afetada.
“Com esse método de rastreio organizado, que desde 2014 conta com o apoio da Roche Brasil, conseguimos evitar que centenas de mulheres gastem tempo e dinheiro viajando centenas de quilômetros até os grandes centros urbanos para realizar um exame que para cerca de 50% delas não demandará mais nenhuma conduta”, afirma Adriana Mallet, ideializadora do exame e co-fundadora da SAS Brasil. E o mais importante, complementa, “garantimos que aquela porcentagem de mulheres que realmente vai precisar de uma investigação mais aprofundada consiga atendimento mais rápido e sofra menos, tendo acesso a um diagnóstico precoce e um tratamento mais simples”.