Ontem (22), durante a nossa live no Instagram, conversamos com o nosso coordenador de Comunicação, o jornalista Gabriel Toueg, sobre outro surto que está correndo tão ou até mais rápido do que o de coronavírus pelo país e pelo mundo: o surto das fake news. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já até deu um nome para esse mal: infodemia.
“Sabemos que toda epidemia é acompanhada de um tsunami de informações e que, junto, vêm desinformação e boatos. Isso acontece desde a Idade Média. A diferença, com as redes sociais, é que o fenômeno é amplificado, viaja mais rápido e mais longe, como os vírus que acompanham as pessoas” — Sylvie Briand, diretora do Programa de Emergências em Saúde da OMS, responsável por contar a ‘infodemia’
Deixamos aqui algumas das dicas sobre as quais falamos na nossa live! Se você tiver alguma sugestão adicional, é só deixar nos comentários e vamos incluir aqui também! Lembre-se de ficar em casa para se cuidar e cuidar das outras pessoas!
Como não cair no conto das fake news
Para começar, seguem 5 conselhos básicos sobre como identificar e não cair nas notícias falsas espalhadas pelas redes sociais:
- Pare um minuto e pense: não acredite de imediato na “notícia” nem a compartilhe;
- A “notícia” gerou em você uma reação emocional muito forte? Desconfie! As fake news são feitas justamente para isso: causar comoção, surpresa ou rejeição;
- O conteúdo da “notícia” confirma alguma convicção que você já tinha? Essa é outra técnica comum das “notícias” inventadas. Pare, desconfie e pesquise;
- Há uma mensagem, junto à “notícia”, pedindo que você acredite nela ou mostrando por que não desconfiar? Desconfie! Quando uma notícia é verdadeira, é mais provável que ela inclua fontes conhecidas e confiáveis ou documentos oficiais (em outras palavras, é transparente); o mesmo vale para mensagens que vêm com um pedido de compartilhamento: desconfie delas;
- Produzir um texto jornalístico leva algum tempo e exige o trabalho de profissionais qualificados. Por isso, desconfie de notícias “de última hora” – provavelmente você vai saber delas pelos canais convencionais, não pelo WhatsApp ou pelas redes sociais.
Bônus: tem também essas dicas da Superinteressante para identificar e combater as fake news.
As fake news mais comuns sobre coronavírus e o perigo delas
- O Estadão relata que o Ministério da Saúde analisou e desmentiu mais de 8 mil mensagens sobre o coronavírus que circulam nas redes sociais: Fake news de coronavírus incluem arma biológica e uísque de prevenção; veja as mais comuns;
- O jornal carioca O Globo reuniu as 15 fake news sobre o coronavírus mais compartilhadas: As 15 fake news mais compartilhadas sobre o coronavírus;
- Ontem falamos dessa história que saiu de que algumas pessoas estão se passando por funcionários da OMS ou da Vigilância Sanitária para aplicar golpes e realizar furtos: Em meio à pandemia, criminosos fingem ser da OMS para aplicar golpes;
- Falamos também sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina como remédios para tratar as pessoas com coronavírus: vale lembrar que o uso desses medicamentos tem caráter experimental: Ministério da Saúde pode autorizar cloroquina para pacientes graves até dia 24 (Agência Brasil);
- Uma notícia que nos pediram pra confirmar durante a live é VERDADEIRA: São Paulo terá hospitais de campanha no Pacaembu e no Anhembi (do Valor);
- E uma informação mais recente: o WhatsApp vai permitir pesquisar mensagens, o que vai ajudar muito a combater as fake news: WhatsApp terá recurso de pesquisar mensagens para saber se é boato (do Tilt/UOL);
Artigos interessantes sobre coronavírus e fake news
Este texto, publicado originalmente em inglês e traduzido pelo nosso coordenador de Comunicação, traz gráficos e informações contextualizadas sobre a importância de tomar medidas de distanciamento social: Coronavírus: A dança e o martelo;
- Esse artigo, publicado no Rethink (blog sobre marketing e economia digital), fala sobre como a crise do coronavírus está sendo também uma crisis de desinformação: Em busca das melhores informações sobre o coronavírus (em espanhol);
- Esse texto muito bacana do The Drum fala sobre o real perigo das fake news: Por que a desinformação é um perigo claro e presente durante o surto de coronavírus (em inglês).
Falamos ontem sobre o número de WhatsApp que o Ministério da Saúde disponibilizou para receber “informações virais” sobre o coronavírus, que serão analisadas pelos técnicos do governo federal. Desde o início da divulgação dos casos da doença pelo mundo, foram recebidas 6,5 mil mensagens, das quais 90% eram relacionadas à nova doença. Dessas, 85% eram falsas. O número do Saúde sem Fake News é (61) 99289-4640.
Onde obter notícias confiáveis sobre o coronavírus?
Essas são algumas das fontes confiáveis que usamos para manter-nos atualizados sobre a pandemia no mundo e no Brasil.
Na imprensa:
- UOL Notícias – todas as notícias publicadas pelo portal UOL Notícias relacionadas ao coronavírus estão listadas nesse link;
- Folha de S.Paulo – esse link reúne todas as notícias “ao vivo” sobre a pandemia (ou seja, tudo que sair por último vai aparecer ali!);
- O Globo – o jornal tem um mapa atualizado dos casos confirmados e mortes pela doença, bem como dicas de como se proteger;
- Estadão – a exemplo da Folha, o Estadão tem essas notícias em tempo real sobre a covid-19 no Brasil; o que sai por último está lá;
Outras fontes:
- Perguntas e respostas sobre o coronavírus (covid-19) – a Organização Mundial da Saúde (OMS) responde
- Ministério da Saúde – o ministério montou um portal com notícias oficiais e as medidas do governo
Serviços que combatem fake news
- Aos Fatos, agência que verifica vídeos, correntes e memes que circulam na internet;
- E-farsas, um dos primeiros blogs a desmentir boatos no Brasil, criado em 2002;
- Vaza, Falsiane, oferece curso online, gratuito e interativo sobre notícias falsas;
- Agência Lupa, primeira agência de notícias do Brasil especializada em fact-checking;
- Boatos, site que analisa e desmente rumores que circulam na internet, tem serviço por WhatsApp;
- Veritas, agência brasileira de fact-checking independente, não atrelada à mídia, governos, ONGs etc.;
- É isso Mesmo?, blog do jornal O Globo para checagem de informações e declarações de políticos;
- UOL Confere, iniciativa do portal UOL Notícias para checagem e esclarecimento de fatos
Se você tem alguma dica adicional, deixe para a gente nos comentários!