Saiba mais sobre o sistema que organiza os pacientes que aguardam por atendimento no serviço de saúde no Brasil

O Sistema Único de Saúde (SUS) celebra 34 anos nesta terça-feira (19). Promulgado pela Constituição Federal em 1988, o sistema de saúde do Brasil trouxe uma revolução para o cuidado com a saúde de forma integral, gratuita e universal. Com uma atuação, que pode ser considerada continental tendo em vista a extensão territorial que abrange, de acordo com um levantamento do Ministério da Saúde em 2022, o SUS atende 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente dele para qualquer atendimento de saúde.

Confira: A saúde e a alegria viajam à Califórnia do Sertão

Para realizar a gestão deste complexo cenário, o sistema público de saúde brasileiro lança mão de uma série de estratégias para levar saúde para toda sua população, como as filas de regulação. Também conhecidas como filas de espera, elas são uma resposta para a elevada demanda de atendimentos em relação à capacidade do SUS em disponibilizar o serviço de saúde. 

As listas podem surgir para uma consulta com o especialista, como o neurologista, a realização de exames, como o Papanicolau que detecta alterações no colo do útero, ou então, a realização de procedimentos, como a retirada de uma lesão de câncer de pele.  

Por dentro de como funcionam as filas de regulação do SUS

A porta de entrada, não só para as filas de regulação, mas para o próprio SUS, são as Unidades Básicas de Saúde, onde o usuário tem acesso a serviços como médico da família, vacinação, pré-natal e atendimento odontológico. A partir do momento em que o usuário do sistema não encontra em sua cidade o serviço de saúde da sua demanda, ele recebe o encaminhamento do profissional de saúde e é colocado na fila de espera, que é administrada de acordo com a Portaria n°1.559/08, que institui a Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde. 

Uma vez que a necessidade de um usuário do sistema é identificada, ela é classificada de acordo com o nível de risco da solicitação, como ​a gravidade da condição de saúde do usuário, a urgência relativa e taxa de deterioração do estado de saúde pela doença​. Durante o processo, o paciente é direcionado ao local mais adequado para o atendimento sendo guiado pelo centro de referência mais perto de sua localidade que possa suprir sua demanda.

A fila de espera é dinâmica e com constante rotatividade, por isso, é responsabilidade dos órgão de gestão local e da Central de Regulação gerenciar os cadastros, encaminhamentos, classificações e atualizações das demandas.

Atualmente, os maiores desafios enfrentados por essa estratégia são os longos períodos de espera vivenciados pelos pacientes, cenário que é resultado de uma série de fatores, como a escassez de profissionais, cancelamentos em curto prazo por parte dos pacientes e encaminhamentos evitáveis. Cientes das dificuldades, o sistema público desenvolve ações como mutirões de atendimentos para atuar diretamente nas filas de espera.

A sociedade civil também se mobiliza para atuar diretamente no gargalo do Sistema Único de Saúde. Atuando como uma engrenagem do SUS, a startup social, SAS Brasil, realiza atendimentos médicos gratuitos para populações de todo o país por meio do modelo de atuação Saúde 1.5. Unindo atendimentos presenciais durante mutirões e remotos com a telessaúde, o corpo de voluntários leva atendimento médico especializado para regiões carentes. Evitando deslocamentos e trazendo mais resolutividade para o SUS, a instituição reduz o tempo na fila de espera em diversas especialidades.